sábado, 2 de junho de 2012

"Conto de um Eu qualquer" - Parte 12

      Vida que segue. Ninguém mais vira aquele sorriso arteiro em seu rosto. Voltara a fechar-se em seu mundo onde os dias passam em segundos e o impossível torna-se real. Fácil imaginar onde aquele turbilhão de sentimentos controversos terminaria. Grandes lições vem de grandes tropeços.

     Curioso é o fato de nunca terem trocado os números de telefone. Provavelmente pela certeza do reencontro no dia seguinte. Talvez pelo receio de não se conter e ligar nas noites passadas em claro. Nem sempre o não declarado significa não constatado. Oculto apenas para quem não quer ver. Ou finge não ver.

     A música era tão presente em sua vida que ele só conseguia pensar nas velhas letras de Blues. Gotas de felicidade para rios de decepção. Seria sempre assim? O que acontece depois do final feliz das estórias. Sua certeza era apenas que não cairia novamente em tais emboscadas da vida. Olhos bem abertos e o coração bem fechado.

Rori

Continua...