domingo, 17 de outubro de 2010

"30 Voltas" by Rori

O tempo é contínuo e infindável. Usamos situações, acontecimentos, conjuntos de momentos para determinar fases. É normal pensarmos em nossas vidas em ciclos. E ao final de cada um destes períodos renovamos as esperanças, planejamos, traçamos metas e esperamos sempre o melhor. Mais de nós e de todos. Mais de tudo...

Trinta voltas do mundo ao redor do Sol para uma mulher...

É quando a vida, o corpo, as idéias sofrem tantas transformações que ela deixa as futilidades de lado e passa a apreciar a essência...

É quando deixa de se importar com o que pensam dela e passa a valer o que ela pensa sobre tudo...

É quando um amor deixa de ser vital e passa a ser um tempero para dar sabor à vida...

É quando a menina fica de lado e a mulher é exalada por todos os poros...

É quando um olhar transmite além do sentimento, a sabedoria...

É quando o SER pesa mais na balança do que o TER...

É quando as notas finalmente se encaixam e a melodia dá lugar à harmonia...

É quando cada riso é vivido em sua intensidade, cada gozo em sua plenitude e cada abraço em sua sinceridade...

É quando você apura os seus filtros e elege por QUEM você realmente largaria tudo...

É quando se dá conta que estamos perto de quem nem sempre nos vê mas que somos unipresentes na mente do distante...

É quando valores são questionados, contextos analisados e momentos eternizados...

É quando "o pra sempre sempre acaba..." mas o que é realmente importante insiste em perdurar...

É quando o futuro está mais próximo e o caminho cheio de atalhos conhecidos...

É quando nossos frutos começam a dar frutos...

É quando o presente lhe é presenteado...

É quando sente-se mortal e percebe que bobagens são apenas bobagens...

É quando o corpo sente o que a alma clama...

É quando se faz mais completa, plena em sua plenitude...

É quando a mulher inicia um novo ciclo. Uma nova mulher? Não. Uma mulher mais mulher...

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Administrando o tempo....

Ando meio sem tempo mas não sem criar... Tem um projeto bacana vindo por aí: o "Cantata Vertigini". É que as edições ficaram mais elaboradas e consequentemente mais demoradas, mas o resultado compensa o esmero.

Grande abraço a todos!

Paulo Rori

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

"Monte Claro" - by Rori 17_09_10

Tal qual um lago o esverdear dos seus olhos azuis me seduzem, me invadem e convidam. Imploram por um insensato mergulhar em tuas águas límpidas, naturalmente aromatizadas pela tua alva derme. Me lembram a neve que cobre o Monte Claro espelhado em tuas planices. Beleza que transcende o horizonte e desafia os limites do tempo, eternizando momentos, materializando lembranças e sonhos. Como num mundo paralelo a linha da vida segue, sem deixar de ser, transmutada conservando a essência, espalhando sua semente e destilando seu suave veneno, inebriante, deixando sem fôlego o velho visitante como se fora o novato, desbravador que pela primeira vez deleita-se com todo o seu explendor. Irradias luz. Ilumina então os obscuros cantos do coração onde guardo as memórias do que foi sonhado tão intensamente que confunde-se com o vivido, o realizado. Meu Monte Claro sempre esteve no horizonte. Inalcansável por mais que eu caminhasse. Interminável pelegrinação rumo ao desconhecido porém desejado. Monte Claro é inspiração. O cálice que move missões pelo simples acreditar em sua existência. Mesmo com oculta morada. A lembrança alimenta a esperança que move o contínuo respingar de saudade e por vezes de nostalgia. Se lanço o olhar na multidão ainda assim estará lá. Imponente, fazendo-se notar majestoso ainda que distante. Depois de tanto tempo me dou conta de que conhecer Monte Claro mudou a minha forma de ver e sentir... Mudou os rumos da minha jornada...

domingo, 5 de setembro de 2010

Esfinge de Estilhaços - Lobão

Esfinge de Estilhaços
   (uma música que eu gostaria de ter escrito) 

Oh! Ironia...
Era um poeta que um dia
Assobiou ao acaso...
E por surpresa, quem diria...
Era eu sua montanha desmoronada
Sua vitória derrocada
Sua honestidade tardia
Me desmorono, pela vontade, pela potência
E me transformo numa esfinge de estilhaços
Dando graças a algum deus muito distante
Ou o representante de todas as mortes no céu...
Um céu, há muito tempo, morto de estrelas...
Morto, morto, morto
E quem sabe?! Pela força da sua traição
Pelo sangue jorrando de uma só veia
De uma transbordada paixão!
A medida sendo a falta, seja lá qual for a falta:
Falha, amor, infâmia, elegância
Eu amo duelar com todas as partes da existência:
Vida, morte, vitória, fracasso, vazio...
Um derradeiro sopro de audácia
Dessa indecifrável coragem
Reerguendo com a astúcia de um gesto lento
Uma inevitável eternidade...

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Sopa de Letras - Improviso 4 - "Palhaços" - By Rori 01_09_10

Apoderas-te dos meus sonhos
surges em meu imaginário enquanto
ludibrio os desavisados mantendo os olhos abertos...

Os tolos só crêem no que vêem
e fingem acreditar naquilo que sequer compreendem...

Pensam controlar a razão
mas são movidos e tomados pela emoção...

Satisfação com o material
discurso de busca espiritual
mas fracos são, mundanos
cheios de atos falhos, insanos...

Vangloriam-se com o status
falsa sensação de poder
programados para operar na rotina
criatividade disimada, morte da alma em sua essência...

Colecionam souvenirs para provar o que viveram
as lembranças e as sensações não bastam
para eles, de que adianta evoluir
se isso não puder ser mostrado, invejado...

Uma vida de paisagens
máscaras por vez dissimuladas
encondem quem realmente são
entre sorrisos de uma vida feliz...

Esconde-se a ruína
emocional, passional, racional, por tantas vezes moral
maquiagens camuflam os monstros interiores...

Mas tais criaturas todos nós somos
conflitos e mistérios todos temos
ninguém é melhor que ninguém nesse ponto
apenas os disfarces de alguns
são exibidos como se fossem a realidade...

Todo Palhaço se mostra e faz rir
mas poucos vêem a lágrima estampada em sua face...

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

"Lacrimosos" - Sarau Multimídia VC - Rori

Vídeo VC em fase de produção!!!

 

Te desejo
surges diante de mim feito um Oasis no deserto
suplico pelo teu corpo
sacias minha libido
acaba com minha sofreguidão...


Nos beijamos, nos pegamos, nos encaixamos
 nos provamos e aprovamos
desnuda-te
oferece-me a carne...

Salivo diante de tuas entranhas
teu gosto me surge na boca
seguras, prendes, arranhas
Libertas o gozo que sufoca...

Arranco de ti os mais intensos gemidos
suspiras meu nome entre movimentos estremecidos
seguro-te firme, faço de ti minha base
penetro-te fundo, recebes minha haste...


Lacrimosos teus olhos refletem o meu rosto
te viro, te curro, te como no oposto
tomas meu suor em cada envestida
te abres, te entrega depois cai desvalida...

 Lacrimosos teus olhos me pedem mais... 
"Ao contrário do que pensam muitos, o Silêncio nada diz... Apenas dá margem para que pensamentos desencontrados transformem brisas em furacões!"

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

"Somos quem fomos até" - Sarau Multimídia VC - Rori


O tempo...
expõe os meus passos
apaga meus rastros...
a memória eterniza o momento
lembrança que esvae-se no vento
e perde-se no contínuo movimento...

da vida, dos ponteiros, dos quadris,
da pálpebra, a retina e a raiz...
da saliva que te roubo da boca,
do gozo feito chafariz...

a lágrima acaricia teu rosto
tal qual o céu afaga a montanha no horizonte
como o igual atrai o oposto
como um indeciso vendado no meio da ponte...

exita... não sabe aonde ir
ignora como e quando partir
choro espontâneo feito riso de criança
inverno adormecendo a esperança...

esperança de sorver cada instante
desfrutar do momento inconstante
mudar o mundo num rompante
avante, doravante distante... sempre

aproximas-te da fé no retiro
ensaias a entrega, a devoção
Hora a ação nos dias, oração nas noites
hora esbórnia, hora flajelo e açoites...

mas crescemos... eis a resposta do tempo
às nossas dúvidas e angústias
chupeta, bola, canudo, aliança, bengala
entre sorrisos e lamúrias
vivemos, amamos, somos quem fomos até...

sábado, 31 de julho de 2010

"O Passo" - Sarau Multimídia VC - Rori

"Um passo. É apenas um passo dentre tantos outros perdidos no espaço, nem sei porque faço se às vezes não vou em qualquer direção, será contradição? Não sei se eu acho, será régua ou compasso..."

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Sarau Multimídia - A proposta do Blog

Há 1 mês dei início às atividades desde Blog com crônicas e ensaios em forma de texto. Procurei extravasar aqui as idéias que não cabiam nas letras das minhas canções. Sem me preocupar com um formato definido, misturo versos, prosas e dissertações tentando apenas ser fiel aos meus lampejos de lucidez (ou será de insanidade?). Mas os textos são apenas a primeira parte do projeto que batizei de "Vertigem Crônica". A idéia é criar um Sarau Multimídia. Um sarau é a manifestação de diversas formas de arte num mesmo local, num mesmo momento. À partir de agora, cada texto postado será declamado e acompanhado de uma trilha (composta por mim). Haverá também um vínculo com uma imagem, que pode ser uma ilustração, montagem ou vídeo. É natural que o intervalo entre as postagens seja maior mas estou trabalhando para que a experiência dos que se aventuram a navegar neste conteúdo seja cada dia mais rica e interessante.


Um abraço a todos!!!

Paulo Rori

quarta-feira, 28 de julho de 2010

A imagem de nós - by Rori 28_07_10

Somos o que acumulamos em nossa jornada...
Tudo o que juntamos em nossos cofres
o conceito que criamos em atos nobres
os tropeços, os deslizes, as maledissências
os conflitos, as escolhas e as consequências
Somos o reflexo do que inventamos
criamos a imagem que plantamos...
Impossível desfazer
Torço para esquecer
Mudamos
mas como provamos?
Crescemos
mas como mostramos?
A escrita na página foi registrada
Podemos virá-la, nunca apagá-la
Podemos fugir, trocar a paisagem, os personagens
mas ainda somos nós
carregando o passado, as conquistas e as bobagens
A felicidade em instantes
eternizados na memória
para consultas constantes
o resto é história
Somos heróis e bandidos
de uma saga por nós mesmos escrita
Temos a pena e o nankin
nos cabe imaginar o caminho e o fim...

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Sopa de Letras - Improviso 3 - "O Sonho da Vida Real" - By Rori 22_07_10

Me perco em rotas com vias descritas indicando a direção
Me guio nos sentidos, impulso bravio nos caminhos do coração
Meu livre arbítrio, decisões incertas
Me esquivo, me safo em jornadas desertas
Se clamo é em nome do desespero
defendo as conquistas com esmero
Acredito. Minha fé é o meu refúgio
e sobrevivo, na palavra o meu escudo
Busco parceiros, um ombro amigo
fiéis confidentes, para os segredos o abrigo
Disperdício de confiança
provas de que resta esperança
E por fim, medidas insensatas
alvoroço, furdúncio em mentes pacatas
Sou um tolo em crer em mim mesmo?
Serão os meus sonhos sonhados a esmo?
Não... É evidente que não!
Realizações são antevistas, sonhadas...
Sonhos mostram o objetivo, ações traçam o caminho
Me resta seguir. Seguir em frente, seguir o sonho
viver cada percalço, brindar a cada superação
fortalecer com o que enfraquece e ressurgir a cada dia
mais atento aos caminhos e vivendo cada vez mais intensamente
o sonho da vida real...

sábado, 17 de julho de 2010

Dissonâncias - by Rori 17_07_10

Notas dissonantes bombardeiam o tema da minha vida. Em meio a esta complexa harmonia nem sempre consigo identificar o que é preparação, passagem ou repouso. Não entendo o meu próprio tempo e, guiado por um maestro invisível, vivo improvisando. Às vezes me sinto num caminhar sincopado. Sigo crente que encontrarei o meu apoio no compasso seguinte, e tudo então fará sentido. Quantas vezes não me foi exigido sextinas quando semínimas era o máximo que eu conseguia. Por vezes floreio, outras tantas quase me perco entre intervalos e acidentes, mas a melodia segue. Tem que seguir. Acredito sempre que a mais bela passagem estará logo adiante na pauta. Que o Sol da clave ilumine os meus passos entre sustenidos e bemóis e que por fim a minha história soe como uma bela canção...

terça-feira, 13 de julho de 2010

Sopa de Letras - Improviso 2 - "Contra-Dissências" - By Rori 13_07_10

Tenho medo de perder mas tenho muito mais medo de nunca ter...
Tenho sede de beber mas tenho muito mais sede de viver...
Acho estranho ficar só mas todo estranho é meio sozinho...
Acho que gosto de uma canção mesmo sem saber sequer o refrão...
Digo que estou satisfeito mas meu instinto é a caça...
Digo que quero abrigo mas em teu colo quero mesmo é carinho...
Se beijo tua boca quero tua saliva mas te molhas com outros fluídos...
Finjo que te abraço por carinho mas o tesão é uma forma de carinho?
Digo que ouço mas não te dou ouvidos...
Acho que te quero quando na verdade te preciso...

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Espelhiências - By Rori 08_07_10

Quem somos diante do espelho?
Quem reflete quem?
O reflexo é a imagem invertida,
o oposto perfeito,
sem rosto ou efeito,
sem causa ou vontade,
apenas repetição, efeito óptico,
infindável, apocalíptico.
No espelho vemos quem queremos ser.
No espelho choramos por quem somos.
Eternizar o presente
eu desejo durante o gozo.
Aniquilar o presente
eu desejo quando sangro.
O choro descarrega a tristeza.
O flagelo limpa a conciência.
Diante do espelho somos maiores,
vemos um mundo dentro de nós mesmos.
Somos arquitetos de interiores,
mudamos tudo o que diverge.
Mas click em "salvar"
ou ao sair da frente do espelho
voltará a ser você mesmo...

terça-feira, 6 de julho de 2010

"O tempo e o Saber" - by Rori

Minhas ilustrações são montagens feitas à partir de fotos do meu arquivo pessoal e imagens recolhidas na internet. Trata-se de Arte sem fins comerciais.

Sopa de Letras - Improviso 1 - "O Passo" - By Rori 06_07_10

Um passo. É apenas um passo dentre tantos outros perdidos no espaço, nem sei porque faço se às vezes não vou em qualquer direção, será contradição? Não sei se eu acho, será régua ou compasso a marcar o meu rumo, se perco meu prumo a quem devo clamar? Se clamo me prendo por tanto esperar. A espera me cansa, logo me alcança, esperança desfeita no ar. Palavras desconexas soltas em frases perplexas à espera de compreensão. Duro é crer que outro lhe traga a tradução. Dos sentimentos, sofrimentos, anseios e receios seus. Um controle-remoto guia seus passos e torna cada vez mais remota a chance da redenção. Render-te à ação. Ação dos ventos, do tempo. Você envelhece. Teu corpo já padece. Não responde mais como antes. O que era tão simples, natural, hoje é um sonho, prazer artificial. O que te contenta? Deliras hoje ao ver glúteos em movimento. Antes somente saciavas depois da foda e o arrebento. Cruel é a caminhada do tempo. Principalmente quando ele resolve correr enquanto você ainda conta os passos. Agora, um passo não é apenas mais um passo dentre tantos outros...

 

segunda-feira, 5 de julho de 2010

"ILUMINAÇÃO" by Rori


Minhas ilustrações são montagens feitas à partir de fotos do meu arquivo pessoal e imagens recolhidas na internet. Trata-se de Arte sem fins comerciais.

Receita de Mim - by Rori 05_07_10

Tem que me querer tanto ou mais que eu te queira. Tem que me entender quando nem eu mesmo me entendo. Tem que saber esperar mas não me deixar desistir. Tem que estar ao lado sem sufocar. Tem que ser ausência presente. Tem que sorrir quando procuro conforto. Tem que fazer silêncio quando os meus pensamentos gritam. Tem que dizer com o olhar tudo o que eu não quero ouvir. Tem que dar e exigir receber. Tem que me tirar da zona de conforto. Tem que estar ao meu alcance nas noites frias. Tem que parecer carente mesmo quando me protege. Tem que ser minha última visão ao adormecer e a primeira ao despertar. Tem que gozar junto nem que pratiquemos a vida inteira até conseguir. Tem que dormir no meu peito, sonhar o meu sonho e cantar a minha canção. Tem que sonhar com o amanhã e me fazer enxergar. Tem que ser doce nos momentos amargos. Tem que ser você. O que se ganha com isso tudo? Alguém disposto a aprender a SUA receita e temperá-la com esse tal de Amor...

domingo, 4 de julho de 2010

Muito prazer: Blues!!! - by Rori 04_07_10

Eu tinha 16 anos. Adolescente em pé de guerra com o mundo, tinha um olhar crítico e comentários ácidos sobre praticamente tudo. Passava horas do meu dia trancado no quarto tocando guitarra e ouvindo rock pesado. Ensaiava com a minha banda à noite e virava a madrugada com meus amigos e garotas. Tinha uma postura metal, embora já tivesse passado por fases dark e punk. Enfim, era, para a época, um adolescente normal. Vou falar sobre a influência de alguns discos na minha vida. Sempre estudei a história do rock e sabia da sua raíz no blues, mas até então não tinha nenhum ídolo, nenhuma referência importante. Havia assistido a um show do Robert Cray e só. Clapton? Preferia a fase pop. Um belo dia fui a minha loja de discos de sempre e encontrei um novo disco de um dos meus guitarristas favoritos: Gary Moore. Roqueiro dos bons, na ativa desde os anos 70, tocou no Thin Lizzy e tinha uma respeitável carreira solo. Seu disco anterior "After the War" era um petardo! Comprei sem pensar. Chegando em casa, corri para o meu quarto e o coloquei no meu velho Gradiente. O grande barato dos discos de vinil era o prazer de curtir a capa. E esta era linda. Na frente, o retrato, em preto e branco, de um garoto sentado na cama empunhando uma Gibson Les Paul. À sua volta uma vitrola e velhos discos de vinil de mestres do Blues. Um clima totalmente anos 50. No verso o Gary Moore, na mesma posição, aparentemente no mesmo quarto, com a mesma guitarra, mas nos dias de hoje, cercado por CDs e coisas modernas. Uma linha do tempo maravilhosa. Seria o Gary Moore voltando às raízes ou o garoto que nunca deixou de existir? O disco começa a tocar. O que era aquilo? Que energia! Um som crú, básico... A sua voz forte era embalada por uma harmonia simples mas contagiante. Solos e mais solos rasgavam as canções, incendiando, dando o tempero. Fui definitivamente apresentado ao Blues. Ao Rithm'n'blues na verdade mas isso pouco importa. Este disco foi a chave para que eu buscasse conhecer outros tantos álbuns e músicos mas principalmente, fez do Blues uma influência fundamental na minha forma de tocar, na minha vida. Chorei ouvindo pela primeira vez o solo de "Still got the Blues" e me emociono até hoje. "Tanto tempo, foi há tanto tempo mas eu aindo fico triste por você..."

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Divagação sobre o Erro - by Rori 02_07_10

Como você reage ao erro? A reação é a mesma para os seus erros e o dos outros? O que são? Porque ocorrem? Errei, e agora? Nem sempre temos uma segunda chance por isso é necessário respeitar o ERRO. A sensação de acertar, conseguir algo "logo de cara" é ótima. Mas é passageira. Quantas vezes você não atribuiu o sucesso à sorte, ao acaso, estar na hora certa no lugar exato? Simplesmente disse "- fui feliz..."? Parabéns você conseguiu! Agora, por gentileza, repita. Pois é. Vai tentar fazer tudo igual, mas não sabe exatamente quais foram os elementos, os detalhes que te levaram até lá. Não analisou possibilidades. Não sabe sequer se este é o melhor caminho para o êxito. O erro te faz pensar o porque não deu certo, te mostra as consequências de cada ato, te faz buscar alternativas, te faz pensar. O medo de errar te deixa atento, cuidadoso. O excesso de segurança, de confiança te deixa exposto, vulnerável a qualquer interpérie. Isso não é uma apologia ao erro, ao contrário! Penso apenas que ninguém deve se martirizar ou desistir por conta dele. Quem erra o faz porque estava procurando o acerto. O omisso não erra. O omisso não se dá a chance de acertar. É natural errar. Pode acontecer por falta de preparo, atenção, às vezes por conta do imponderável. A repetição de um mesmo erro sim, esta deve ser totalmente atribuída a você. É a prova de que não deu a devida atenção. Não se penalize, mas também não fique passivo diante dele. O incômodo vai te fazer procurar os porquês. Nenhum acerto lhe garante o caminho do sucesso mas o erro, este sim, te deixa atento aos deslizes e ajuda na construção de um caminho sólido ao êxito. Rumo ao Sucesso.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Verdades Absolutamente Relativas - by Rori 30_06_10

"Não importam os diferentes caminhos se todos levarem ao mesmo lugar...". "O importante não é alcançar e sim como você chegou até aqui...". Ditos populares? Filosofia de Cordel? Mensagens de biscoito da sorte? Embora aparentemente contraditórias deveriam se completar, pois ambas são Verdades. Vistas por diversos ângulos, analisadas por diferentes paradigmas, mas ainda assim Verdades. E não se trata de quem tem razão, pois a RAZÃO confere aos defensores das duas sentenças argumentos suficientes para um infindável debate. Este é apenas um exemplo de situações que encontramos aos montes no nosso dia-a-dia. Quem já não teve a experiência de, em meio a roda de amigos, ousar fazer algum comentário sobre Religião? Sem que ninguém questione a existência ou a benevolência de Deus, arma-se um embate dos mais ferrenhos sobre dogmas e interpretações, onde todos os envolvidos se enchem de empáfia e defendem a sua Verdade. Ou a sua pseudo-verdade. Uma Verdade relativa. Sim, porque acreditar em algo não torna isso mais Verdadeiro. Seus argumentos fortalecem a sua CERTEZA sobre uma Verdade que no fundo desconhece. E a certeza é a Mãe da ignorância. Os questionamentos movem o Mundo, são resultados da sapiensia, são sinais de inteligência. Não há nada de errado em acreditar. Acreditar é preciso. Só quem acredita segue em frente. Mas a crença não pode fechar os seus olhos para os questionamentos. Questionar pode, muitas vezes inclusive, reforçar ainda mais aquilo que você sempre acreditou. Mas a certeza irredutível, seja sobre o que for, pode facilmente tornar-se parceira da intolerância. E contra a intolerância os argumentos são inertes. Avalie as suas informações. Acredite no que acha que deve acreditar. Mas não ignore os seus porquês, procure as respostas. Pense! A Verdade não é aquela que lhe foi dita por alguém. A Verdade é o que é, ponto. Sobre qualquer assunto o fato é que não a conhecemos. A nossa Verdade é formada por elementos apanhados ao longo da nossa caminhada e podem fazer parte de um enorme quebra-cabeças. Quantas peças você tem? Quantas faltam? O que temos são Verdades absolutamente relativas. Sempre!