terça-feira, 14 de julho de 2015

sábado, 16 de maio de 2015

Nosso rosto é uma pequena tela na qual projetamos tudo o que queremos. Mentir? Talvez. Iludir? Com certeza. Dizem que os olhos são as janelas d'alma. Se for verdade, ao espiares por ela então será capaz de ver a entrada para um labirinto com saídas diversas, algumas sombrias e outras iluminadas, coloridas, quiçá alegres. Quantas vezes não respondemos com um sorriso quando nosso íntimo sangra? Quantas vezes não somos reticentes quando nossa vontade é rir de qualquer bobagem, de uma lembrança perdida, fragmentada, sem importância. Gastamos muita energia por sermos dispersos. Nos falta foco. Dar peso ao "estar" mais que o "ser". Às vezes acho que o segredo para se viver bem é levar as coisas com leveza. Tratar como pequeno tudo aquilo que não rabiscaríamos num diário. Com o tempo percebemos que alguns momentos deveriam ser apagados da nossa história. Alguns dias até. Mas a memória entorpece com o orgulho, com as mágoas, com os mais tolos conflitos e deixa marcas profundas. Desperdício. Deixamos a alma carregada. Bagagem desnecessária. Cultivamos a enganosa ilusão de que podemos esquecer de tudo com um trago, uma dose à mais. A verdadeira redenção só se dá quando todos os nós desatam. Quando nos tornamos capazes de enxergar além. Quando pudermos focar. Nesse momento então o semblante mostrará força e esperança. Sem a necessidade de máscaras. Sem mentiras ou ilusões.

Rori