Um passo. É apenas um passo dentre tantos outros perdidos no espaço, nem sei porque faço se às vezes não vou em qualquer direção, será contradição? Não sei se eu acho, será régua ou compasso a marcar o meu rumo, se perco meu prumo a quem devo clamar? Se clamo me prendo por tanto esperar. A espera me cansa, logo me alcança, esperança desfeita no ar. Palavras desconexas soltas em frases perplexas à espera de compreensão. Duro é crer que outro lhe traga a tradução. Dos sentimentos, sofrimentos, anseios e receios seus. Um controle-remoto guia seus passos e torna cada vez mais remota a chance da redenção. Render-te à ação. Ação dos ventos, do tempo. Você envelhece. Teu corpo já padece. Não responde mais como antes. O que era tão simples, natural, hoje é um sonho, prazer artificial. O que te contenta? Deliras hoje ao ver glúteos em movimento. Antes somente saciavas depois da foda e o arrebento. Cruel é a caminhada do tempo. Principalmente quando ele resolve correr enquanto você ainda conta os passos. Agora, um passo não é apenas mais um passo dentre tantos outros...